Dia Mundial da Diabetes - 14 de nov. de 2018

Diabetes - Um inimigo silencioso

 Vivemos num tempo de coexistência de uma gritante e inqualificável ausência de condições materiais consideradas essenciais à dignidade humana e de um lauto banquete, degradante e ignorante, de excessos, cujos efeitos nefastos na saúde e qualidade de vida das populações não param de crescer.

Vem este desabafo a propósito de mais um Dia Mundial da Diabetes, assinalado no dia 14 de novembro, desde 2007, altura em que a ONU, reconhecendo o perigo que esta doença constituía para o mundo e, em particular, para as famílias, passou a considerá-lo um dia das Nações Unidas. De facto, a diabetes é uma pandemia cuja elevada prevalência e crescente incidência em todo o mundo está a tornar-se uma séria ameaça para as famílias, ao ponto de estimar-se que, em pouco mais de vinte anos, o número de doentes afetados por esta, que é a mais comum das doenças não transmissíveis, atinja mais de 640 milhões de pessoas.

A diabetes espelha bem os tempos modernos que presenciaram, em curtas décadas, a substituição de padrões alimentares que o decorrer dos séculos havia melhorado, refinado e preservado. O abandono de dietas alimentares, como a chamada dieta mediterrânica, mais consentâneas com as reais necessidades do nosso organismo e a sua associação a um sedentarismo reforçado, em completa negação do que seria de esperar de um mundo cuja evolução tem atingido, nos dois últimos séculos, uma velocidade de cruzeiro, constituíram-se num problema cuja gravidade tem crescido sem cessar.

O consumo excessivo de alimentos processados - ricos em glícidos, gorduras e sal - e uma prática muito limitada de qualquer atividade física tem levado a que os portugueses, europeus que menos desporto fazem, apresentem das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes, havendo mais de um milhão de indivíduos, segundo o Observatório Nacional da Diabetes.

A vida sedentária e os hábitos alimentares incorretos, considerados como “culturas de risco”, estão a colocar em causa a saúde e a qualidade de vida de uma população, também cada vez mais envelhecida, como atestam o desenvolvimento da obesidade, da hipertensão, das doenças cardiovasculares e da diabetes.

Assinalar o Dia Mundial da Diabetes, cujo símbolo é um círculo azul, que representa a cor do céu, ligando todos os povos da Terra, sendo também a cor da bandeira da ONU, é um ato de cidadania e de responsabilidade por parte dos homens e das mulheres, marcando um compromisso de luta contra um inimigo, em muitos casos não diagnosticado, que continua a fazer o seu caminho de destruição lenta, constante e inexorável do bem-estar já não apenas dos indivíduos mais velhos, mas também de jovens adultos e mesmo de adolescentes.

Neste Dia Mundial da Diabetes não é de mais relembrar a necessidade de prosseguir um estilo de vida saudável, que inclua atividade física regular, alimentação variada, completa e equilibrada, não esquecendo o controlo do peso corporal. Não será também de descurar o controlo de outros fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, como o tabagismo, a hipertensão e a hipercolesterolemia, “ciosos companheiros de viagem” da diabetes.

Se gosta de si e dos seus familiares, evite sobrecarregá-los com uma doença não transmissível e, na generalidade dos casos, passível de evitar.

Equipa EPS do AEJD e GR 520  

 

Cartaz