Dia Luta Contra SIDA 2022

Na próxima quinta-feira, 1 de dezembro, assinala-se o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, tendo como objetivo sensibilizar e apoiar todos aqueles que estão afetados por esta doença, e ao mesmo tempo, homenagear as vitimas que tombaram lutando contra o insidioso vírus.

“Equidade Já” foi o tema escolhido pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (UNOSIDA) para assinalar o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA.

O enfoque na equidade tem toda a razão de ser, pois que igualdade e equidade não são a mesma coisa. A primeira fundamenta-se no princípio da universalidade, a ideia de que as regras estabelecidas aplicam-se a todos e todos devem ter os mesmos direitos e deveres. A equidade, traz consigo o sentido do que é justo, reconhece que não somos todos iguais, sendo exigíveis intervenções, no sentido de ajustar os desequilíbrios existentes, visando conseguir o máximo de igualdade de oportunidades para todos.

 

 

 

Só intervenções eficazes na promoção da equidade, possibilitarão o cumprimento dos objetivos 3 e 10 do desenvolvimento sustentável, ambicionando o primeiro assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades, e o segundo pretendendo reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

Os acontecimentos dos últimos tempos não auguram muitas esperanças no cumprimento destes, nem dos outros objetivos do desenvolvimento sustentável plasmados na Agenda 2030.

Segundo a ONU, são as desigualdades estruturais que estão a impedir a concretização do compromisso de acabar com a SIDA até 2030. O combate às desigualdades é a chave para a promoção dos direitos humanos e o caminho para acabar com a SIDA e outras pandemias.

A SIDA instalada desde os anos oitenta do século passado, ainda não tem cura, continua a ser um problema global, não apenas um problema de alguns. Cabe às entidade públicas e privadas com intervenção e responsabilidade na área do VIH e SIDA, assegurarem a continuação da prevenção, testagem e tratamento para a contenção da transmissão do vírus.

Contra o vírus é imperioso consciencializar a comunidade que a prevenção é a proteção mais eficaz, que os testes de rastreio de VIH são um instrumento essencial no controlo do vírus e que o tratamento permite controlar a carga viral, fazendo da pessoa infetada um não transmissor do vírus.

Nunca é de mais insistir que o vírus VIH, uma vez contraído, vai ser um hóspede permanente, para o qual não há, ainda, ação de despejo que resulte.

É preciso despojar o vírus do seu caráter estigmatizante, reforçar a luta contra esse vírus do preconceito, como é encarado por muitos indivíduos, quer por ignorância quer por má-fé, apesar de saber-se que a SIDA não é exclusiva de um grupo de risco, que não existe como tal, existindo pelo contrário, comportamentos de risco que facilitam a infeção e a transmissão do vírus.

De doença fatal responsável por um sem número de vítimas tombadas no decurso de um longo e doloroso caminho, passou a doença crónica, passível de ser controlada. O controlo feito pelos antirretrovirais suprime a replicação do vírus, que todavia não consegue eliminá-lo, abriu uma janela de esperança e de vida a quem não mais vislumbrava que o negrume da morte, num mundo onde a discriminação e a estigmatização ainda campeiam.

Desde o início deste século os dados relativos à evolução da SIDA no país indicam-nos que de ano para ano o número de novos casos tem diminuído, tendo, igualmente, sido diagnosticados num estado mais precoce da doença. Tal facto não obsta que a incidência do VIH em Portugal, em 2019, ainda fosse de 7,6 casos por 100 000 habitantes, enquanto nos países da União Europeia a incidência média do vírus não ultrapassasse os 4,9 casos.

A emergência da Covid-19 terá levado a uma redução dos testes de rastreio de VIH em mais de 75%, tornando mais difícil atingir a meta para 2030: 95 – 95 – 95 (95% dos infetados diagnosticados; 95% em tratamento; 95% com carga viral não detetável) estabelecida na Agenda 2030.

A luta contra a SIDA, enquanto grave problema de saúde pública, é um combate do qual não nos podemos alhear, uma daquelas lutas em que faz sentido adotar o lema latino dos três mosqueteiros “Unus pro omnibus, omnes pro uno” do romance de Alexandre Dumas, significando em português "Um por todos, todos por um", ou não se tratasse de problema global, não apenas um problema de alguns.

Neste 1º de dezembro que o nosso tema para o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA seja o da exigência da “Equidade Já” para acabar com as desigualdades, acabar com a SIDA e, se possível, com as outras pandemias.
De mãos abertas e de mãos dadas lutemos, para que cada mês continue a ser um
dezembro de luta.

Equipa EPS do AEJD


Abraço e especialistas desenvolvem projeto de avaliação da qualidade de vida de quem vive com VIH.

Factos Sobre a Sida - YouTube

História do VIH e sida: de fatal a doença crónica - YouTube

VIH/sida: Como atuam os medicamentos antirretrovirais - YouTube