Dia Internacional da Não Violência 2021
- Categoria: Atividades
- Publicado em 29-09-2021
No próximo sábado, dia 2 de outubro, assinala-se mais um Dia Internacional da Não Violência, data escolhida para homenagear o grande ativista indiano da não violência Mahatma Gandhi, nascido em 2 de outubro de 1869.
A violência, esta velha companheira da humanidade, exemplarmente personificada pela história de Abel e Caim, continua bem presente nas relações entre os indivíduos, povos e nações.
Por mais que as sociedades tenham evoluído, e houve de facto grandes avanços no domínio dos direitos civis, na condenação do racismo, na promoção da igualdade de género, no respeito pela diversidade, ainda são muito pujantes e mesmo valorizadas em muitas sociedades as pulsões de poder, de dominação desenfreada e de afirmação pessoal e protagonismo a qualquer preço.
Permanece, assim, pleno de atualidade o pensamento de Gandhi, dando suporte à ação das Nações Unidas em prol da igualdade e da compreensão entre as nações, do desenvolvimento sustentável, do reforço do poder e responsabilização dos jovens e da resolução pacífica de conflitos.
Numa época marcada por conflitos armados que se arrastam desde meados do século passado envolvendo os povos do Médio Oriente e de outras regiões deste conturbado planeta, o discurso do ódio tendente à despersonalização do “outro” tem impedido a irradicação das indignidades da pobreza e da continuada violação dos direitos humanos mais elementares.
A deterioração das condições socioeconómicas de significativas franjas de “esquecidos” da globalização tem intensificado, mercê das redes sociais, uma retórica abjeta contra as minorias e todos aqueles que não se enquadram em arquétipos definidos por uns tantos que se arrogam de porta-vozes e defensores de moralidades e “valores” mais que duvidosos, cujo lugar não deverá ser outro que não o caixote de lixo da história.
A expressão latina criada por Plauto (254-184 a.C.) Lupus est homo homini lupus que significa “o homem é o lobo do próprio homem” continua a refletir uma realidade em que o homem é capaz de grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie. Como se esta situação não fosse já suficientemente grave, junta-se agora a violência destrutiva resultante da emergência climática traduzida em cheias catastróficas numas regiões e secas devastadoras noutras.
Tendo presente, tal como Gandhi, a diferença entre o que fazemos e o que somos capazes de fazer, faz todo o sentido o apelo por parte das Nações Unidas para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, visando traçar um caminho que repudie a violência e que permita a construção de um mundo de paz, de prosperidade e de dignidade num planeta em que, tal como as restantes espécies, não somos mais que circunstanciais.
À semelhança de Mahatma Gandhi também acreditamos que “A força gerada pela não violência é infinitamente maior do que a força de todas as armas inventadas pela engenhosidade do homem” e que a exortação do Sermão da Montanha de dar a outra face, constitui um poderoso antídoto contra a violência, pois "O mais perfeito ato do homem é a Paz. E por ser tão completo, tão pleno, em si mesmo, é o mais difícil."
Equipa EPS do AEJD