Dia Mundial Diabetes 2021

No próximo domingo, dia 14 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Diabetes.

Desde 1991, ano da criação deste dia pela International Diabetes Federation (IDF) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que, ano após ano, a comunidade internacional tem chamado a atenção para um combate, tantas vezes inglório, contra este inimigo silencioso, mordendo pela calada qual pandemia que assentou arraiais para ficar.

 

 

Longe vão os tempos em que a prevalência da “doença crónica, debilitante e onerosa com complicações graves, que constituem risco severo para as famílias, estados membros e todo o mundo, podendo comprometer a obtenção de objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente (...)”, conforme ditava a resolução 61/225 de 20/12/2006 das Nações Unidas, incidia essencialmente na população das faixas etárias acima dos quarenta anos. Numa cavalgada desenfreada tem-se assistido ao seu alastramento aos mais novos, muito por causa do modo de vida caracterizado por um sedentarismo crescente, fruto em boa parte do aumento da urbanização que arrastou consigo também uma alteração dos hábitos alimentares das populações. Passaram a campear os alimentos processados em detrimento de alimentos mais naturais e de época, responsáveis pelo fornecimento de nutrientes mais adequados às necessidades do organismo, abrindo portas ao avanço das doenças metabólicas.

A diabetes, reflexo de um modo vida em tudo favorável ao seu aparecimento e desenvolvimento, está-se tornando um gravíssimo problema de saúde pública a nível mundial, pois afeta já mais de 463 milhões de pessoas em todo o mundo e, destas, metade não sabe que está doente. No nosso país, estimativas credíveis relativas a 2018 apontavam para mais de um milhão de diabéticos com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos. Dados de 2019 indicam que Portugal é o país da UE com mais diabéticos, surgindo, em média, 200 casos por dia, ou seja, 60 mil novos casos por ano.

Em 2018, os custos da diabetes em Portugal ultrapassaram os 740 milhões de euros para pagar, principalmente, custos em internamentos e com antidiabéticos não insulínicos em ambulatório. De referir que, ao contrário de Portugal, noutros países o custo da insulina e a monitorização da diabetes podem consumir metade do orçamento familiar.

O aumento da incidência da diabetes tipo 2 em faixas etárias mais jovens tem acompanhado a escalada da obesidade em crianças e adolescentes, tornando prioritário o combate a estes flagelos, o qual passa, necessariamente, por fazer chegar às populações informação credível relativa às causas da diabetes. Especial atenção deve merecer também a faixa etária dos mais idosos, pois o avançar da idade leva a uma resposta cada vez menos eficiente do organismo à doença, com o consequente aumento dos custos com a saúde.

Não obstante as elevadas taxas de vacinação contra a Covid-19 verificadas no nosso país, a generalidade das pessoas não deve negligenciar o cumprimento dos conselhos da DGS, e muito menos os doentes diabéticos. Sendo um dos grupos de maior risco face a complicações causadas pela Covid-19, devem empenhar-se afincadamente em:
manter os valores de glicemia controlados;
• manter, cumprir e, sendo necessário, reforçar a terapêutica prescrita;
• deixar de fumar, ou pelo menos reduzir o consumo de tabaco;
• evitar o aumento de peso.

A prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento atempado são o caminho e os instrumentos adequados que, relativamente à diabetes, nos ajudarão a cumprir o “Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades” dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável adotados em 2015 pelos Estados Membros das Nações Unidas.

De referir que entre as competências definidas para o Perfil dos alunos à saída de escolaridade obrigatória, estão as associadas a Bem-estar, Saúde e Ambiente, pretendendo que aqueles sejam capazes de:
• adotar comportamentos que promovem a saúde e o bem-estar, designadamente nos hábitos quotidianos, na alimentação, nos consumos, na prática de exercício físico, na sexualidade e nas suas relações com o ambiente e a sociedade.

Se “Pela boca morre o peixe”, não no sentido de falarmos demasiado ou de maneira inconveniente, mas o de praticarmos uma alimentação pouco ou nada saudável, será conveniente consciencializarmo-nos de que o combate à diabetes passa pelo controlo dos fatores de risco passíveis de serem controlados e, relativamente a estes, podemos fazer seguramente mais do que temos feito.

Diabetes symptoms | Signs of all types of diabetes | Diabetes UK - YouTube

DGS Diabetes Vídeo Adolescente - YouTube

Calculadora de Risco da Diabetes | Área do Cidadão do Portal SNS – YouTube


Equipa EPS do AEJD