Dia Mundial do Não Fumador 2021
- Categoria: Atividades
- Publicado em 15-11-2021
Na próxima quarta-feira, dia 17, assinala-se mais um Dia Mundial do Não Fumador, com o objetivo de sensibilizar a população e os fumadores em particular para os riscos associados ao consumo de tabaco e, ao mesmo tempo, apelar a uma reflexão séria sobre o problema do tabagismo que, direta e indiretamente, afeta a saúde e o bem-estar de inúmeras famílias. Tão ou mais importante que o discurso é a ação, pelo que seria oportuno fazer deste dia o tal que assinale o princípio da libertação de algo que apenas remete para uma escravidão sem sentido.
A propósito do consumo de tabaco cabe perguntar:
• Onde está o esplendor de rostos frescos e a força e o alento tão procurados?
• Será o tabaco a solução para manter a ilusão de amanhãs que nunca chegarão?
• Será o tabaco a âncora a que se agarram para continuar a encarar o mundo?
• Será que o tabaco ajuda a ultrapassar inseguranças, a olvidar sonhos e anseios desfeitos pela realidade da vida?
Dados referidos pela Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia dão conta que 75% dos jovens portugueses não fumam. Os 25% que ainda o fazem, cada um com as suas razões pessoais, ainda não terá reconhecido no tabaco aquele pária que não lhes trará glamour nem sensualidade, que não os tornará mais fortes, confiantes e determinados e que insidiosamente os amarra, os condiciona, fazendo deles um joguete, anulando-se na fumaça que se escapa do cigarro em brasa tão sofregamente fumado.
O ato de deixar de fumar terá sempre que ser o pôr em prática uma vontade pensada, crescida e amadurecida que dê corpo a uma profunda convicção de ser esse ato a coisa certa a fazer, de ser o tal momento libertador e, parafraseando Sophia de Mello Breyner Andresen, aquela “…madrugada que eu esperava/ O dia inicial inteiro e limpo/ Onde emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitamos a substância do tempo”.
Sabendo-se que, normalmente, “burro velho não aprende línguas”, não é propriamente uma surpresa que muitos fumadores continuem a sê-lo, não obstante o facto de serem conhecedores de que o tabagismo mata direta e indiretamente mais de 8 milhões de pessoas por ano, é uma das causas principais do cancro do pulmão, da doença pulmonar obstrutiva crónica, da doença cerebrovascular e de muitas outras, e ainda de estarem a par de todos os malefícios a ele atribuídos. A emergência da pandemia da Covid-19 veio complicar ainda mais a situação dos fumadores, dado aumentar, substancialmente, o risco de desenvolver doença grave e morte, relativamente aos não fumadores.
O ser humano é de facto muito complexo e os comportamentos e atitudes que toma estão, muitas vezes, aquém do que o senso comum tem como lógicos e adequados. E, como muito provavelmente diria Galileu se vivesse na atualidade, não deixa de ser verdade que deixar de fumar traz benefícios em qualquer idade e fazê-lo antes dos 40 reduz em mais de 90% os riscos para a saúde que lhe estão associados.
Conhecendo-se o quão difícil é convencer os fumadores a deixarem de fumar, o mais sensato é canalizar esforços no sentido de evitar que os jovens enveredem pelo caminho do tabagismo. Devem ser estes o público-alvo das campanhas de prevenção e sensibilização sobre o consumo de tabaco, já que, conforme alerta a OMS, nove em cada dez fumadores começam antes dos dezoito anos, para que antes de iniciarem a prática tabágica tenham interiorizado que o tabagismo é um dos mais graves problemas de saúde pública a nível mundial, constituindo a primeira causa evitável de doença e de morte prematura nos países desenvolvidos.
Perante problemas que teimam em continuar, e o tabagismo é um deles, a que se juntou a praga da Covid-19, insistimos no apelo aos fumadores de que é chegada a altura de meditar, decidir e comunicar ao mundo:
Sim, deixei de fumar! Esta decisão é a minha carta de alforria.
A pandemia Covid-19 é recente, mas a tabágica é velha e relha e já é tempo de lhe pôr fim!
Equipa EPS do AEJD
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