Dia Mundial da Saúde 2022
- Categoria: Atividades
- Publicado em 04-04-2022
Na próxima 5.ª feira, dia 7 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Saúde, data cuja sinalização e comemoração remonta ao ano de 1950.
Este é já o terceiro ano em que a celebração do Dia Mundial da Saúde continua a ser marcada pela pandemia da Covid-19, que teima em preencher a agenda da saúde a nível global.
Não obstante a extraordinária resposta do mundo à emergência da pandemia, através da pesquisa e desenvolvimento de várias vacinas e medicamentos antivirais já aprovados ou estando a ser testados, a OMS não tem deixado de alertar para o facto de a vacinação contra a Covid-19 estar a decorrer a ritmos muito desiguais.
Os números conhecidos ilustram bem que, se a pandemia é global, a vacinação está longe de o ser, dado que grande parte dos países do continente africano apresentam taxas de vacinação extremamente baixas, que em alguns não abrangem sequer 1% da população e, a nível mundial, a percentagem de pessoas totalmente vacinadas não chega a 60%, sendo que no conjunto dos países mais pobres, com grandes dificuldades em adquirir e aplicar as vacinas, essa percentagem se fica pelos 8,9%.
Espelhando as diferenças abissais entre países e continentes, os valores relativos à vacinação completa (duas doses) são elucidativos das diferenças estratosféricas no que respeita a população imunizada.
Os dados mais recentes mostram que a taxa de vacinação em Portugal compara bastante bem com a da União Europeia, suplantando-a largamente no que respeita à percentagem de população com pelo menos uma dose administrada.
A desigualdade existente nos ritmos de vacinação, assemelhando-se a uma corrida disputada a velocidades extremamente díspares, e a emergência de novas variantes altamente contagiantes, caso da Ómicron, estão a dificultar o controlo da pandemia.
A luta contra este vírus tem sido uma espécie de guerra de trincheiras em que ora parece que o almejado domínio do vírus está alcançado, ora surge uma nova vaga, denotando uma situação que ainda levará tempo a ser resolvida.
Claro está que a sinalização do Dia Mundial da Saúde, por muito marcada que esteja pela premência da Covid-19, não deixa de ser uma oportunidade para chamar a atenção das instituições e da comunidade em geral para os grandes problemas que afetam a humanidade na área da saúde, não descurando a sensibilização para a necessidade de desenvolver atividades visando a promoção do bem-estar das populações, intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis.
O tema deste ano, “Nosso planeta, nossa saúde”, enquadra-se nesta linha de ação, questionando-nos sobre a nossa capacidade de conceber um mundo em que:
• ar limpo, água e alimentos estivessem disponíveis para todos;
• as economias estivessem direcionadas para a saúde e o bem-estar das pessoas;
• as cidades tivessem condições de habitabilidade e as pessoas pudessem controlar a sua saúde, preservando os equilíbrios do planeta.
Estudos científicos indicam que a exposição prolongada à poluição do ar pode afetar o desempenho cognitivo, sendo os homens idosos os mais atingidos por terem trabalhado mais ao ar livre e, consequentemente, mais afetados pela falta de qualidade do ar, a qual maximiza igualmente o risco de doenças degenerativas, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência.
A poluição do ar mata mais do que a malária, HIV e tuberculose, recebendo apenas 1% da ajuda global para o desenvolvimento de programas para a sua redução, face aos elevados valores que continuam a subsidiar os combustíveis fósseis.
A poluição atmosférica, uma pandemia silenciosa, pode afetar a saúde mental, provavelmente como consequência da inflamação dos tecidos cerebrais, sendo as crianças mais sensíveis aos efeitos da poluição do ar, pois os seus pulmões são mais permeáveis a contaminantes.
Para a promoção e proteção da saúde das populações, é imprescindível assegurar a qualidade da água e dos alimentos ingeridos.
Neste Dia Mundial da Saúde é oportuno relembrar que o direito de todos aos cuidados de saúde, que consta da Declaração Universal dos Direitos Humanos, só poderá ser assegurado através de Sistemas Nacionais de Saúde robustos e eficazes, que valorizem os profissionais de saúde.
A preservação da saúde das populações precisa do contributo de pessoas capazes de cuidar da sua saúde e da saúde das suas famílias.
Que este dia sirva para começarmos a ser cidadãos ativos na promoção de estilos de vida ativos e saudáveis.
Equipa EPS do AEJD