Dia Mundial da Terra 2022
- Categoria: Atividades
- Publicado em 21-04-2022
Com a celebração na próxima 6.ª feira, dia 22 de abril, do Dia Mundial da Terra, também designado de Dia do Planeta Terra ou Dia da Mãe Terra, pretende-se alertar as pessoas e as instituições políticas e económicas em particular para a urgência de preservar os recursos naturais do mundo, que nos últimos séculos têm estado a ser consumidos a um ritmo não consentâneo com a sua reposição natural, colocando em causa o ambiente e a sustentabilidade do planeta.
Comemorado pela primeira vez em 1970, nos Estados Unidos da América, por proposta do senador norte-americano Gaylord Nelson na sequência do desastre petrolífero de Santa Barbara, na Califórnia, ocorrido em 1969, esta iniciativa passou a ser vista como o despertar da opinião pública para uma nova visão da Terra, entendida como um planeta vivo e casa comum de todos os seres vivos, cujo funcionamento e preservação enquanto sistema decorre da manutenção dos equilíbrios resultantes das relações de interdependência entre todos os seus componentes.
A emergência da grave crise climática mundial pôs a nu a fragilidade em que assenta a nossa prosperidade baseada num consumo desenfreado dos recursos da Terra, ignorando os efeitos catastróficos da poluição na atmosfera, o envenenamento dos solos e águas subterrâneas, a drástica redução da biodiversidade dos oceanos e cursos de água transformados em vazadouros de variadíssimos poluentes, dos quais se destacam nos últimos tempos os microplásticos provenientes de resíduos industriais, residenciais e de transporte marítimo, bem como de processos de degradação que transformam pedaços de plásticos maiores em menores, que, ao entrarem nas cadeias alimentares, afetam e podem matar inúmeras espécies.
Passados 167 anos da carta do chefe índio Seattle, fizemos dos riachos, rios, lagoas, lagos, mares e oceanos esgotos a céu aberto, contaminados por águas residuais urbanas, águas de origem industrial e poluição de origem agrícola, em que a degradação dos ecossistemas aquáticos atingiu níveis nunca imaginados pelos mais empedernidos pessimistas desses tempos.
É também o momento de nos inquirirmos sobre o que diria o chefe índio da qualidade do ar e dos níveis de ruído na maioria das grandes metrópoles do planeta, das chuvas ácidas que, depositadas na superfície terrestre, acidificam os solos e as águas superficiais com efeitos devastadores nos ecossistemas
A ocorrência de secas catastróficas nuns locais e cheias inusitadas noutros, a destruição acelerada e continuada dos ecossistemas, nomeadamente das florestas tropicais, o aumento da temperatura global da Terra, a degradação dos solos e a sua desertificação galopante em tantas regiões, a crescente escassez de água potável, potenciadora de mais conflitos pela disputa de um recurso fundamental à vida e atividade das populações, são sinais que nos levam a reconhecer que este é o tempo, o momento de mudar o modo como encaramos a Terra, pois, se não o fizermos, não teremos maneira de preservar e proteger a saúde das populações e os seus meios de subsistência.
Neste dia em que nos cabe renovar o compromisso de preservar o ambiente e a sustentabilidade da mãe Terra que tão generosamente nos tem acolhido, é mais uma vez oportuno relembrar as palavras sábias do chefe índio Seattle: “A Terra não pertence ao homem; o homem pertence à Terra…todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.”
A preservação do planeta, enquanto casa comum de todos os seres vivos e da espécie humana em particular, deve fazer-nos compreender que a sobrevivência das gerações presentes e vindouras de todos os que compartilham este planeta está intrinsecamente ligada à sobrevivência das diversas espécies, numa engrenagem em que o desaparecimento de uma afeta necessariamente o desempenho das outras.
A causa da preservação da Terra, encarada como sagrada, e a obrigação de proteger a biodiversidade estão, igualmente, bem expressas na carta do chefe índio Seatle ao presidente dos Estados Unidos da América “…não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados … …Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.”
Mais uma vez de um modo pleno de sabedoria, o grande chefe recorda-nos de que “O que ocorrer com a Terra recairá sobre os filhos da Terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.” O facto de a agressão antrópica à Terra-mãe se ter traduzido em mais de 347 mil mortes de forma prematura nos 27 Estados-membros da União Europeia em 2019 devido à poluição atmosférica confirma que o homem paga a referida agressão provando do veneno que cria, em doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e cancros do pulmão, infeções respiratórios e agravamento da asma.
Este é o tempo, o momento de, enquanto condóminos e usufrutuários deste planeta que, não querendo que nos sentíssemos desacompanhados, nos brindou com a dádiva da biodiversidade, reafirmarmos o nosso compromisso, o nosso dever de a cuidar, respeitar e preservar, pois não temos outra onde possamos viver.
Que neste dia, enquanto membros da comunidade escolar, possamos refletir, realizar algum ato que contribua para a proteção deste “planeta azul” e compreender que investir nele, cuidar dele é cuidar do nosso futuro enquanto indivíduos e enquanto espécie.
Equipa EPS do AEJD
DIA DA TERRA | Earth Day 2022
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