Dia Mundial Luta Contra a SIDA 2023

Na próxima sexta-feira, 1 de dezembro, assinala-se o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, visando sensibilizar e apoiar aqueles que estão sendo vítimas desta doença, e simultaneamente, homenagear todos os que tombaram na luta contra o vírus.

“Comunidades liderando” foi o tema escolhido para o ano 2023 pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (UNOSIDA) para assinalar o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA.

A escolha deste tema pretende realçar o papel das organizações da sociedade civil que no dia a dia lidam com a problemática da SIDA, valorizando as comunidades como a linha da frente do progresso na resposta ao VIH para a concretização do compromisso da ONU em acabar com a SIDA até 2030. Para isso, é preciso eliminar e ou acautelar fatores que estejam a obstaculizar a liderança por parte das comunidades.

É conveniente relembrar que, num mundo tão desigual e injusto em que também na doença o lugar onde se adoece faz toda a diferença, nunca é demais a conjugação de esforços para o cumprimento dos objetivos 3 e 10 do desenvolvimento sustentável plasmados na Agenda 2030.

O combate à SIDA, enquanto problema global, não deverá ser esquecido da agenda das entidade públicas e privadas que lidam com a problemática SIDA, cabendo-lhes assegurar a continuação da prevenção, testagem e tratamento, dado que o vírus não desapareceu e continua a transmitir-se.

 

O VIH não desapareceu, nem o estigma que o acompanha, como o comprova o facto de uma em cada três pessoas infetadas pelo vírus adiar os tratamentos. Mesmo na Europa, o estigma e a discriminação ainda são problemas recorrentes na vida das pessoas afetadas pelo vírus.

O Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2023, apresentado em 27 de novembro pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), refere que:

 

  • em 2022 foram diagnosticados 804 novos casos de infeção por VIH, representando uma tendência decrescente já verificada desde o ano 2000;
  • entre 2013 e 2022 ocorreu uma redução de 56% no número de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de SIDA;
  • a maioria (75,5%) dos novos casos registou-se em homens (3 casos por cada caso em mulheres), sendo que a média das idades à data do diagnóstico foi de 37 anos;
  • é o grupo dos 20-39 anos que apresenta a taxa de diagnóstico mais elevada, com 54,5% dos novos casos de infeção por VIH;
  • a taxa de novos diagnósticos mais elevada situa-se na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve;
  • a transmissão heterossexual continua a ser a mais frequente (47,7%) e os casos em homens que têm sexo com homens (HSH) representam a maioria dos novos diagnósticos em homens (61,8%);
  • em 2022, dos 151 óbitos de pessoas, com uma média de 60 anos, que viviam com VIH, na maioria delas o diagnóstico da infeção tinha ocorrido há mais de 15 anos;
  • em Portugal, desde 1983, foram notificados 66.061 casos de infeção pelo VIH, tendo 23.637 atingido o estádio SIDA e sido reportados 15.779 óbitos em pessoas que viviam com VIH;
  • no final de 2021 viveriam em Portugal 45.532 pessoas com infeção por VIH, 94,4% das quais já conheciam o seu diagnóstico;
  • O Programa Troca de Seringas, que levou à distribuição de mais de 64 milhões de seringas nos últimos 30 anos, resultou numa enorme redução de novos diagnósticos no grupo de pessoas que utilizam drogas por via injetável. O Programa Troca de Seringas permitiu uma redução de 84% de novos diagnósticos neste grupo;
  • em 2022, foram efetuados cerca de 70 mil através de testes rápidos para o VIH e mais de 370 mil em testes laboratoriais com prescrição do Serviço Nacional de Saúde.

 

O número de infeções em 2022 foi o mais baixo desde 1990, mas com 7,8 diagnósticos por cada 100 mil habitantes, ainda está acima dos 5,1 da média da União Europeia.

O acesso a medicamentos antirretrovirais que ajudam a manter baixa a carga viral das pessoas infetadas pelo VIH, e que também são essenciais na prevenção da transmissão do VIH, generalizou-se de maneira muito desigual no mundo.

A SIDA pode afetar qualquer pessoa, pelo que é fundamental evitar comportamentos de risco que facilitem a infeção e a transmissão do vírus.

O VIH não desapareceu, é preciso continuar a envidar esforços para a sua irradicação. É preciso manter a promessa, porque o prometido é devido.

Neste dia em que se assinala a luta contra a SIDA, reafirmemos a promessa de continuar a lutar para que cada mês continue a ser um DEZEMBRO de LUTA.

 

Equipa EPS do AEJD
 

Abraço e especialistas desenvolvem projeto de avaliação da qualidade de vida de quem vive com VIH.

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