Dia Mundial da Terra 2024
- Categoria: Atividades
- Publicado em 19-04-2024
Na próxima 2ª feira, dia 22 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Terra, também designado de Dia do Planeta Terra ou Dia da Mãe Terra.
Foi nos idos de abril de 1970 que se iniciou nos EUA, o movimento pela defesa de um ambiente mais sustentável e saudável, em linha com um pensamento ecológico que começava a fazer-se ouvir. Se na altura já eram milhões as pessoas preocupadas com o futuro do planeta, hoje são muitos, muitos mais milhões os que já se aperceberam das ameaças que pendem sobre o planeta, estando mesmo a sofrer as consequências não de uma a seguir à outra, mas de todas em simultâneo e, com a agravante de se potenciarem mutuamente.
Numa certa linguagem metafórica, arriscamo-nos a sugerir que a tal “terra onde jorraria leite e mel”, a mítica terra prometida, não seria propriamente uma dádiva da divindade ao Homem, antes a concessão de uma responsabilidade pela preservação e manutenção dos recursos postos à sua disposição, o que para um bom administrador significaria utilizá-los com parcimónia e respeito pela biodiversidade.
É claro que o Homem eivado da arrogância do quero, posso e mando, tem-se esquecido dessa responsabilidade e comportado como se os recursos da Terra fossem infinitos, tal como a capacidade desta para reciclar e processar todos os produtos resultantes da atividade humana. A verdade é que o planeta que supostamente deveria ser uma terra plena de esperanças, de sonhos, de devires, onde cada ser pudesse cumprir as suas potencialidades, tem-se transformado num local onde a vida de muitas espécies tem sido posta em causa ou mesmo impossibilitada, levando a uma diminuição drástica da sua presença, quando não mesmo à sua extinção.
Era para ser um paraíso, mas com o decorrer do tempo, uma das criaturas, por acaso, das mais recentes, foi crescendo a um ritmo que pôs em causa o lugar dos outros, ao mesmo tempo que ia criando as condições que farão da Terra um local pouco propício à sua continuação no planeta. Dizendo de outro modo, chegará o tempo em que a própria Terra-mãe se encarregará de livrar-se de um “filho” que, apesar da inteligência e potencialidades com que foi bafejado, só lhe trouxe dissabores.
A degradação ambiental, nos últimos tempos, acentuou-se de tal maneira que em terras onde antes emanava o leite e o mel abunda agora a aridez do deserto. A atmosfera, antes límpida e revigorante, passou a estar conspurcada por gases tóxicos resultantes da ação antrópica. E que dizer daqueles locais de onde a água, essência da vida, jorrava fresca e cristalina, que agora surgem-nos, tão-somente, como charcos nauseabundos.
Uma Terra fragilizada, violentada, exaurida e desfigurada, uma Terra exangue, é a imagem que está ficando para os tempos vindouros, para o quotidiano de um planeta em agonia, fruto do aumento da temperatura, da ocorrência, cada vez mais frequente, de tempestades, secas e ondas de calor roubando-nos o verde, o verde da vida, o verde das florestas derrubadas, queimadas e desaparecidas.
Não fossem já suficientes as ameaças a que a Terra tem estado sujeita, eis que um inimigo mais recente entrou em cena nas últimas cinco décadas e que, não sendo Deus, tal como ele, passou a estar em toda a parte, por via da sua incorporação num sem número de produtos. Sim, é dos plásticos que estamos falando, cuja omnipresença está a ser um problema sistémico do planeta, dado o seu enorme contributo para degradação dos ecossistemas.
Já estamos nos tempos de abandonar o conforto do PRAQUISTÃO e não deixarmos que a Terra se transforme num “Planeta de plástico”, numa PLASTICOLÂNDIA. Urge passarmos a fazer parte dos que lançam mãos à obra, fazendo da Terra um lugar mais aprazível de novo (não confundir com qualquer pensamento “trumpiano”).
Cabe-nos acarinhar e proteger este pedaço do Universo que tem sido e terá de continuar a ser a casa comum de todos os seres vivos.
Só com cidadãos ambientalmente educados é possível interiorizar a ideia de que os recursos naturais do planeta são finitos, que sem a sua utilização racional não será possível preservar o ambiente e garantir a sustentabilidade da Terra-mãe.
O pensamento certo é o que tem presente as palavras sábias do chefe índio Seatle, ao relembrar-nos de que a Terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à Terra.
Equipa EPS do AEJD