Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade 2019

No penúltimo sábado do mês de maio, que este ano ocorre no dia 18, assinala-se o Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, instituído em 2004, ano em que foi considerada doença crónica no nosso país.

Pretende-se com esta ação sensibilizar a população e a comunidade escolar, em particular, para a problemática da obesidade e das graves consequências para a saúde individual e comunitária desta doença crónica já considerada pela Organização Mundial de Saúde como a "epidemia do século XXI".

Nunca é demais relembrar que a sociedade atual é uma sociedade de risco em função das profundas mudanças do estilo de vida da população que se têm verificado desde há algumas décadas.

O abandono de hábitos alimentares ancestrais e sua substituição acrítica por outros não eliminou possíveis carências de alguns nutrientes, antes veio criar outros decorrentes do consumo excessivo de hidratos de carbono de rápida absorção, de proteína animal e de certas gorduras, e simultaneamente de uma quase ausência aflitiva de fibras, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais ao equilíbrio do organismo, imprescindíveis para assegurar a saúde e a qualidade de vida do ser humano.

Pela boca morre o peixe, conforme o adágio popular de todos conhecido, mas a mudança não afetou apenas a alimentação, também a evolução dos transportes e da tecnologia fomentaram o sedentarismo, outra das pragas, que tem contribuído para o incremento desta doença crónica de armazenamento excessivo de gordura corporal.

A adoção de hábitos alimentares saudáveis nas faixas etárias infantil e juvenil deve constituir-se num desígnio nacional que a todos deve mobilizar, particularmente os pais, no incentivo do consumo de alimentos saudáveis e de qualidade, fazendo o trabalho que lhes compete de “educar o gosto” e não prosseguir na atitude cómoda de deixar que os seus rebentos estejam especialmente recetivos a alimentos que, normalmente, deveriam constituir exceção e não regra no seu padrão alimentar.

É confrangedor verificar que nas cantinas escolares, e no nosso agrupamento a qualidade das ementas é francamente boa, um grupo significativo de alunos, não ingere, sistematicamente, os legumes e saladas que lhes são proporcionados na refeição. É difícil remediar aquilo que desde tenra idade não foi assimilado.

O reflexo da falta de educação alimentar é patente no facto de mais de metade da população portuguesa apresentar excesso de peso e destes 14% serem casos de obesidade. Mais de 30% das crianças e adolescentes têm excesso de peso.

Fora do campo das causas genéticas o problema da obesidade radica fundamentalmente no tipo de sociedade que nos últimos temos estado a construir, nos novos valores e comportamentos que adotamos, muitos deles ao arrepio da herança cultural acumulada pelas gerações anteriores.

A obesidade como consequência de toda uma série de alterações que transportamos para as nossas vidas transformou-se na causa de aparecimento e desenvolvimento de outras doenças, como as doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes tipo II, doenças do foro respiratório, doenças osteoarticulares e cancro da próstata, entre outras.

 

Equipa EPS do AEJD

 

Cartaz