Dia Eliminação Violência Mulheres (2019)

Na próxima 2ª feira, dia 25 de novembro, celebra-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

Este tem sido celebrado todos os anos, desde 1999, quando a ONU estabeleceu esta data visando homenagear as irmãs Patria, Maria Teresa e Minerva Maribal, assassinadas pelos esbirros de Rafael Trujillo, ditador da República Dominicana, um dos muitos que têm dominado a maioria dos países latino-americanos.

 

Convém referir que, tendo sido escolhidas estas mulheres, muitas outras e de todos os continentes o poderiam ter sido, ou não fosse a violência contra as mulheres algo habitual na maioria das culturas, em que o estatuto da mulher, a outra grande metade da humanidade, não tem sido o de parceira, palavra cuja etimologia aponta para aquela com quem se tem uma relação próxima, se é semelhante, parecido, igual, mas de subalterna, com tudo o que isso comporta.

As relações de dominância de género, perpetuadas ao longo dos tempos, foram encaradas como naturais, na maioria das culturas, tendo como resultado a desvalorização da violência exercida sobre as mulheres por pais, maridos, irmãos e mesmo filhos, de que a expressão popular “entre marido e mulher não metas a colher” encerra toda uma ideia de desculpabilização de situações como os casos de abuso ou assédio sexual, maus tratos físicos e psicológicos de que muitas mulheres têm sido vítimas.

A violência contra as mulheres, a nível mundial, atinge valores que envergonham qualquer sociedade dita civilizada e manifesta-se particularmente na esfera familiar, estimando-se que, em média, uma em cada três mulheres seja vítima de violência doméstica.

Uma certa ideia de que a violência contra as mulheres será mais comum nos meios mais desfavorecidos não passa de um mito, desmentida que é por dados que comprovam que a violência doméstica afeta mulheres de todas as condições e de todos os estratos sociais e económicos.

Viver sem violência é um direito das mulheres e de qualquer ser humano, porque ninguém é dono de ninguém.

Em Portugal, as vítimas de violência doméstica podem recorrer à APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), que lhes prestará o apoio adequado.


Equipa EPS do AEJD