Dia Mundial de Luta Contra a SIDA 2021

Na próxima quarta-feira, 1 de dezembro, assinala-se o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, data instituída em 27 de outubro de 1988 pela Assembleia Geral da Nações Unidas e pela Organização Mundial de Saúde para lembrar uma luta que marcou o final do século XX e que, este século, obriga a manter os nossos esforços a fim nos precavermos de um vírus que fez do sistema imunitário dos humanos o alvo do seu ataque.

Se atrás de tempos vêm tempos e outros tempos hão de vir, infelizmente, no que respeita a epidemias, parece que estamos num tempo em que estas resolveram instalar-se, como quem veio para ficar.

Nem uma nem outra fazem muita diferença em quem atacam, mas este, o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), ataca o sistema imunitário dos humanos, impedindo que os linfócitos CD4 possam exercer a sua função de comando do sistema imunitário contra os agentes patogénicos e daí o desenvolvimento de toda uma série de infeções oportunistas. Este “mau da fita” também não faz qualquer distinção entre os humanos que infeta, ao contrário do que no início do aparecimento da SIDA foi sugerido por alguns.

Não discriminando ninguém, o problema da infeção não está no que se é, mas nos comportamentos que facilitam a infeção e a transmissão do vírus.

De doença fatal, pois começou por matar em cerca de 18 meses, tornou-se numa doença crónica, já que hoje pode ser controlada desde que se cumpra escrupulosamente a medicação diária. Neste intervalo de tempo foram milhões as pessoas que tombaram ingloriamente, a maioria sofrendo discriminação e estigmatização por parte dos seus semelhantes.

O aparecimento dos antirretrovirais foi uma boia de salvação, abrindo novos horizontes no caminho de pedras que a cada infetado foi dado trilhar. A terapia antirretroviral no tratamento do VIH suprime a replicação do vírus, mas não o elimina do corpo, continuando este como um triste “companheiro” para a vida. A sua importância pode aferir-se também no facto de reduzirem o risco de transmissão do vírus entre casais em que um tem o vírus e o outro não, em relações sexuais desprotegidas.

Desde o início de 2000 até final de 2020, os dados recolhidos mostram que o número de novos casos de infeção por VIH tem vindo sempre a descer, mas o aparecimento da Covid-19 terá levado a uma redução dos testes de rastreio de VIH em mais de 75%.

A meta para 2030: 95 – 95 – 95 (95% dos infetados diagnosticados; 95% em tratamento; 95% com carga viral não detetável), dificilmente será atingida devido ao desvio de recursos para fazer frente à Covid-19.

Podemos e devemos vencer a guerra contra este vírus, em nome daqueles milhões cujas vidas foram ceifadas e de todos os que foram e continuam a ser estigmatizados, por via de uma infeção que continua a ser um grave problema de saúde pública. Como tal é preciso continuar a trabalhar em literacia, falar de métodos de barreira, de profilaxia pré-exposição e pós-exposição, de tratamentos e do estigma e da discriminação, permanecer mobilizados contra um inimigo insidioso que nos atacou onde mais dói, o nosso sacrossanto sistema imunitário, sem o qual estaria em causa a sobrevivência de cada um de nós.
Com ou sem Covid-19, a luta contra o VIH é uma batalha da qual não nos podemos desobrigar, já que a guerra não está ganha, exigindo um redobrado empenho num combate que é de todos.

Neste 1º de dezembro, que o nosso tema para o Dia Mundial da Luta Contra a SIDA seja também o da OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde: Acabe com as desigualdades. Acabe com a SIDA. Acabe com as pandemias.

Equipa EPS do AEJD 

 

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