Dia Mundial do Não Fumador 2023

Na próxima sexta-feira, dia 17, assinala-se o Dia Mundial do Não Fumador, com o objetivo de sensibilizar a população e os fumadores, em particular, para os riscos que o consumo de tabaco acarreta para a sua saúde e dos que com eles se relacionam.

Hoje em dia já ninguém pode dizer que fumar é uma decisão que afeta só quem a toma, dado que ao fumar todos os que estão próximos o farão, como o atesta o elevado número de pessoas que morrem vítimas do chamado “fumo passivo”, a cada ano que passa.

Começando pela criação de dependência física e química por via da nicotina e continuando num caminho, que em muitas situações chega a sonegar a aquisição de bens básicos para os familiares, o tabagismo transformou-se num sério problema social a nível mundial.

É bem patente a desproporcionalidade dos gastos com os cigarros ou outros produtos que contenham tabaco verificada entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos relativamente ao rendimento anual disponível.

 

 

A nível mundial as principais vítimas do tabagismo são as populações mais pobres, aquelas que mais facilmente se deixam enredar num cocktail triturador definido pelo triângulo pobreza, tabagismo e alcoolismo. Tal facto é corroborado pelos números disponíveis, pois que cerca de 80% dos fumadores do mundo vivem em países de baixos e médios rendimentos.

Se nos países em desenvolvimento as principais causas de morte, ainda resultam das deficientes condições de saúde, de higiene e de alimentação, nos países desenvolvidos o tabagismo representa a primeira causa evitável de doença e de morte prematura.

O povo, a propósito do frio, diz que ande por onde andar pelo Natal há de chegar, também relativamente ao consumo de tabaco, pode dizer-se que quando a fatura do tabagismo chegar, as notícias serão as esperadas e não serão boas, pois os números indicam que o tabaco mata até metade dos seus consumidores.

As mais de 8 milhões de vítimas mortais perdidas em cada ano ilustram bem a pesada fatura cobrada à sociedade pelo tabagismo. Deste número, mais de 7 milhões das mortes resultam do uso direto do tabaco, enquanto os restantes são-no de pessoas não fumadoras expostas ao fumo passivo.

Para além do cancro do pulmão, do qual é o principal responsável, quase se pode dizer que o tabagismo vai a todas, sejam doenças como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), as cardiovasculares, o cancro da boca, da faringe, da laringe e da bexiga, como ainda faz uma “perninha” no que toca à osteoporose, ao acentuar das rugas, à disfunção eréctil e complicações na gravidez. Os números fornecidos pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia relativos aos óbitos que o tabaco provoca em cada ano, são bem elucidativos do rasto de devastação que tem deixado no nosso país.

Aos fumadores quase dá vontade de perguntar “para onde foi a luminosidade do teu rosto, a suavidade da tua pele e a frescura do teu hábito”.

Todos sabemos que demasiadas vezes “ a vida fica difícil… e o que achamos importante perdemos mais adiante, no fim só restamos nós, a vida fica difícil…”, mas não é o cigarro o alívio que a torna mais fácil, que derruba os muros da vida, que apaga as suas angústias e, muito menos, a brisa que limpa o espírito.

Aos efeitos desastrosos para a saúde das populações junta-se o colossal impacto ambiental, traduzido, segundo dados fornecidos pela OMS, no corte de cerca de 600 mil árvores para dar lugar à cultura do tabaco em detrimento de culturas que contribuíssem para a alimentação das populações, a emissão de 84 milhões de toneladas de CO2 e um consumo de 22 mil milhões de toneladas de água.

É sabendo que só deixa de fumar, quem quer mesmo deixar de fumar, que continuamos a apelar a todos os fumadores da comunidade escolar do nosso agrupamento que ousem fazer do ato de deixar de fumar, um ato libertador, um quebrar de amarras e que, sempre que a vida fique difícil, pensem no quanto poderá ficar mais fácil, se libertos do fumo e da maldita nicotina, puderem poder dizer “Vou viver …até quando eu não sei… que me importa o que serei… quero é viver…” como cantava António Variações.

Não nos refugiemos na circunstância de “…e o que achamos importante perdemos mais adiante, no fim só restamos nós…”, pois quem sabe se não haverá uma mão amiga que não se erga sempre pronta a julgar, mas a ajudar a empunharmos a carta de alforria.

 

Equipa EPS do AEJD


Dia Mundial Sem Tabaco - Ex-fumantes são vencedores - YouTube
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